27.10.17

A erosão da rotina
Neste corpo sedimentado.
O clima instável, ciclos rápidos, valsas inesperadas.
Tudo isto e tu.
Tu, na tua plenitude, na tua semelhança, na tua ausência.
Perco-me na tua presença e sou quando desapareces.
Sou nada.
Sou os outros, os silêncios.
O tempo que já passou e o que surge, e que já passou, uma e outra vez.
Posso ser o que faço, o que vejo, os outros.
Já que os fósforos queimados há muito perdidos...
Nem me recordo do calor
Da volição
Da ação
Da tração
Da reação.
Simplesmente os dias úteis.
E ao fim de semana vai-se ao museu, ou ao cinema.
Cear na companhia de histórias,
Dos outros, e eu?
Eu sou este clima instável, ciclos rápidos, valsas inesperadas,
A existência fugaz entre olhos fechados.
Aproximam-se as seis da manhã,
O relógio digital não pára,
Irrepetível, inexorável.
Despacha-te na ausência,
Só te digo isto uma vez.

1.2.14

Por vezes não consigo deixar de ser demagógico

http://www.parlamento.pt/Legislacao/Documents/Legislacao_Anotada/DespesasTransporteAlojamentoAjudasCustoDeputados_Simples.pdf

19.1.14

Foste um embate inibitório, organizador. Por isso, importante, relevante. Com as novas rotinas, sem o teu espelho, claramente me tornei um homem diferente. A solidão associada à volição revela trilhos nunca antes sequer imaginados. Sim, estou outro. Com outro tempo. Estratifico-me, sedimento, rochas sedimentares saem lançadas em dias alternos. Memórias visuais, ontológicas.Cuido dos outros. Cuido de mim.

Rasguei as flores do meu quintal. Era necessário, desculpa. Tinha de te arrancar ao espaço para o tornar meu de novo, sem partilhas ou outras bizarrias sequelares.

Zangado, mas espero-te feliz.

Tenho de abrir os intercostais, diminuir a tensão. Desprender-me dos receios, tornar-me um coador acrítico, desprendido, mas empático, promotor. Espero ser terapêutico, organizador. Vou trabalhar para isso. Acabou o recreio. Aproveitei-o mal. Mas estou feliz.

22.10.13

No cinema, as tuas pipocas ensurdecedoras. Estragaste os silêncios do filme.

Há seis meses que não te beijo. E nunca mais te irei beijar.

Queimaste-me os dedos, os rolos, os fósforos. Talvez não fosses tu o criança-homem. Talvez fosse eu. Talvez seja eu.


Tomar um banho quente, encontrar-me com a Inês. Falar de futuro.


Variações pindéricas sobre a insensatez by Joana Sá - Music for film "Tabu"

28.7.13


On voudrait revivre.
Ça veut dire :
On voudrait vivre encore la même chose.
Refaire peut-être encore le grand parcours,
Toucher du doigt le point de non-retour
Et se sentir si loin, si loin de son enfance.
En même temps qu'on a froid, quand même on pense
Que si le ciel nous laisse on voudra
Revivre.
Ça signifie :
On voudrait vivre encore la même chose.
Le temps n'ai pas venu qu'on se repose.
Il faut refaire encore ce que l'on aime,
Replonger dans le froid liquide des jours, toujours les mêmes
Et se sentir si loin, si loin de son enfance.
En même temps qu'on a froid, qu'on pleure, quand même on pense
Qu'on a pas eu le temps de terminer le livre
Qu'on avait commencé hier en grandissant,
Le livre de la vie limpide et grimaçant
Où l'on était saumon qui monte et qui descend,
Où l'on était saumon, le fleuve éclaboussant,
Où l'on est devenu anonyme passant,
Chevelu, décoiffé, difforme,
Chevelu, décoiffé, difforme se disant
On voudrait revivre, revivre, revivre.

On croit qu'il est midi, mais le jour s'achève.
Rien ne veut plus rien dire, fini le rêve.
On se voit se lever, recommencer, sentir monter la sève
Mais ça ne se peut pas,
Non ça ne se peut pas,
Non ça ne se peut...

26.6.13

Thought I'd cry for you forever 
But I couldn't so I didn't 
People's children die and they don't even cry forever 
Thought I'd see your face in my mind for all time 
But I don't even remember what your ears looked like 

And the clock still strikes midnight and noon 
And the sun still rises and so does the moon 
Birds still migrate south and people move on 
Even though I'm no longer in your arms 
Thought the mountain would crumble 
And the rivers would bend 
But I thought all wrong and the world did not end 
Guess the maps will just have to stay the same for a while 
Didn't even need therapy to rehabilitate my smile 
Rehabilitate my smile 

Thought I'd cry for you forever 
But I couldn't so I didn't

REJAZZ - REGINA SPEKTOR

25.4.13

Fazer é ser, Ser as manhãs de sol e brisa, Ser o jardim da Gulbenkian.

30.3.13

"And when will you write?"
"As I go along."
"Val, you're a dreamer."
"Sure I am. But I'm an active dreamer. There's a difference."
Then I added: "We're all dreamers, only some of us wake
up in time to put down a few words. Certainly I want to write.
But I don't think it's the end-all and be-all. How shall I put it?
Writing is like the caca that you make in your sleep. Delicious
caca, to be sure, but first comes life, then the caca. Life is change,
movement, quest... a going forward to meet the unknown, the
unexpected. Only a very few men can say of themselves - 'I have
lived!' That's why we have books - so that men may live vica-
riously. But when the author also lives vicariously - !"
She broke in. "When I listen to you sometimes, Val, I feel
that you want to live a thousand lives in one. You're eternally
dissatisfied - with life as it is, with yourself, with just about
everything. You're a Mongol. You belong on the steppes of
Central Asia."
Nexus, de Henry Miller

29.3.13


Amor, no cinema King, DIAS 30 E 31/03: 12h10 (PREÇO 3€) 

17.3.13

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2.3.13

Onde estive?

Já passou.
As flores primaveris, ondulando entre impurezas brilhantes, pedaços orgânicos insonorizados;
A descoberta do teu peito quente e jovem;
Os dedos trémulos.

Eu sou a inércia.
Surpreendido com a passagem do tempo,
Perduro em movimento.

Urge.
Urge.
O quê?

11.2.13

30.12.12


I celebrate myself
And what I assume
You shall assume
For every atom belonging
To me as good belongs to you

Walt Whitman

15.9.12

Fechas os olhos no metro e és metal, ar, movimento. Não és assim tão diferente.

12.9.12

I CELEBRATE myself;
And what I assume you shall assume;
For every atom belonging to me, as good belongs to you.

 Leaves of Grass 1900, Walt Whitman

14.7.12

Eras a brisa do mar, tardes laranjas, áridas, pálidas. Rebolar sem parar, movimento incessante do ventre exposto, vísceras adrenérgicas, oxitocinas e limonadas de areia. Eras a espontaneidade e a novidade. Sorrias o mundo e novas certezas. Eras tu e quem sonhavas ser. No fim da viagem, abre-se a porta. O colidir de teoremas morais entranhado nas faces gastas. Perduram as rotinas, as saudações e mitos. Será teimosia? Será teimosia?

30.4.12

No mês de Maio o passado regressa. Torna-se premente viver, Mas ele refugia-se nas rochas, Encantado com caleidoscópios minerais. Eu não quero trabalhar, eu não quero família, eu não quero ser. Não quero queimar os dedos, quando poderei precisar deles mais tarde. Adiando, adiando, adiando a difícil decisão de ser. O mundo ocidental tornou-se árido. As mulheres podem conduzir, mas morrem demasiados na estrada, outros ficam parados, a gasolina está cara. O passado é doloroso, as páginas escritas queimam-me as mãos e os pés. Memórias felizes que encerram a inocência e a crença de nunca crescer ou morrer. Seixos na água, sinusóides irreparáveis, Mas não sei o que quero, quanto mais calcular trajectórias. As folhas amarelecem no teu quintal, Nunca mais varreste o chão. E chove no Algarve, o Verão de há três anos atrás. Em Maio o passado regressa, Em formas pueris.

13.3.12

Live fast die young, bad girls do it bad.