1.3.10

Pego no Lange e vislumbro pedaços de futuro próximo semelhantes a este. Cadeiras de jardim e sol no verão, biscoitos e leite no inverno, um livro pequeno, médio e grande, no final até terá dois volumes. Meses em branco a introduzir metodicamente informação, costura lenta e sofrida. Preocupações e sobrevalorizações. Tudo com um propósito, é claro. Mas depois, havendo ou não vocação, vão ser igualmente meses sem fim, noites eternas, marcadas ao ritmo de dez minutos, se não menos. Preciso de espaço temporal. Hoje, sinto-me arrependido. Não se trata de algo que eu não queira. Pelo contrário. Mas não existe espaço para mais nada. E, para mim, o meu trabalho encontra-se em pé de igualdade com tudo o resto. Pé de igualdade teórica, não efectiva. É ridículo não ver amigos de rotações diferentes, durante meses, comunicações fugazes por mensagens electrónicas. O tema invariavelmente tocando no curso, nos exames orais, escritos, práticos. Sinto-me a estupidificar.

Sem comentários: