Inaptas, refugiam-se
As palavras não ditas.
E as ditas apagam o passado.
A ligeireza volta, o afastamento de quem
Já não cúmplice, mas acostumado,
Procura novas certezas,
Barcos à deriva;
Novos continentes.
A busca não se move em paradoxos.
A busca é um vector,
A busca é simples.
Alguns sabem remar em vários sentidos,
Alguns queimam as pás.
Alguns queimam o barco.
Alguns não se esquecem.
Mas é necessário, dizem.
Claro que é.
Isto ja não é o que podia ser.
E nunca mais será.
O tempo apaga o tempo.
E tu permaneces, pálido, disforme,
Uma melodia de infância,
Um odor cego.
Totalmente dissociado
De quem és.
E agora és o Outro,
O Outro.
E o Outro não é nada.
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