19.9.10

O outono é expressivo

O outono é expressivo. Levantas-te, queres ver as cores do pôr do sol. As faces pêssego rosado. Tempestuoso, sempre tempestuoso. A tua sensibilidade está toldada pelo excesso analítico. Também, qual o problema de cair no chão se não sentes o chão. Mas que chão? Forças a gravidade desnecessariamente. Flui levemente, sê uma abelha, ainda és jovem. Nem te apercebes disso. És incipiente e já morreste.

Ser é um estado de espírito, ocasionalmente. Como? É uma questão de actualização. Não acredito nisso. Claro que não, és demasiado moderno, não acreditas em formas. Não existem, apenas adequações. E ultimamente tenho estado demasiado inadequado, tristeza, um pecado antigo. Moderno, novamente. Pronto, calo-me.

Desvalorizas internamente, mas eu desvalorizo pragmaticamente. Porque não tens medo de morrer? Não, mas porque aplico aquilo em que acreditas. Talvez não acredites assim tanto no que pregas. Quem sois? Sou a tangente nos dias em que te forças ao mundo. E eu desapareço. Cartas. Discursos no vazio. Nem por isso, ambos esperamos, mas enquanto eu sou e faço, tu somente fazes (nada).

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