12.3.11

Sobre a empatia e o valor das opiniões


Era uma manhã fria de Primavera. O chá estava morno e o estatuto permitiu-se a laivos de intelectualidades, esbracejares orientais, entrecruzares cientificos, filosóficos e morais que se concluem numa opinião morosa e trabalhada. Uma opinião sustentada por estatutos, por analogias extremamente precisas e adequadas e pelo pluralismo democrático. Palavras a mais na idade dos porquês. Basta jorrar fios de consciência, porque o poleiro serve a quem serve, as consequências só o são para quem as sente e o outro será sempre um outro, nunca um outro eu. O daltonismo perceptivo é gradualista, mas existe quem nunca perceberá, nas suas cristalizações, a futilidade e promiscuidade de algumas apropriações morais ou pseudofilosóficas, sorvidas em chás católicos e maniqueístas, na ciência e medicina. Por isso, viva a opinião e a morte do crivo. Viva a chuva de areia que nos impede de ver. E quem quer ver, hoje em dia? Com tanta oferta de programação, com tantos posts no facebook; o imediatismo quer, pode e manda. A opinião infelizmente já não depende do estatuto. Infelizmente também depende do estatuto. Infelizmente o estatuto nunca será o que deveria ser. Se tivesse uma faca afiada, seria menos brando. Mas quem tem facas, hoje em dia? Não passamos de geradores de opiniões, parimos opiniões e mais opiniões, sem planeamento familiar, sem pensar no excesso de população, na educação dos nossos filhos, nas torres gémeas.

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