22.4.11

Ponto de Paragem Para Arrumar a Mala

És um emaranhado de interrupções. Ausento-me na tua presença, torno-me tempo. Até as feições se refugiam. Não quero que me vejas, não quero ver-te. Quero-te real na distância. A proximidade mata-me a continuidade, esquece-me o Ser. O Ser rasga-se nas tentativas de o forçar ao momento, porque ele emite prolongamentos, nunca se manifesta na totalidade, é fugidio.

São embates inibitórios, caem as compras na gravilha.

São pequenos actos de rebeldia estes muros levantados sem aviso. Será a sistematização um erro?
Os estatutos, a posse inebriam-me com imagens de segurança.
O desprendimento, desejo o desprendimento, um coração forte e sensorial, amante da natureza. O desprendimento sem força é dissolução. É preciso força para permanecer à deriva e não estar à deriva.

O silêncio é o pano de fundo para a acção. O ruído é viscoso, enganador, possessivo!

O tempo precisa de parar. A reacção precisa de parar. Uma forma de viver menos reflexogénica. O inesperado, os embates, com compromisso. Sem rotinas. Rotinas comerciais, emocionais, relacionais. A integridade da genuinidade.

Quero possuir-me pelos outros.

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