No mês de Maio o passado regressa.
Torna-se premente viver,
Mas ele refugia-se nas rochas,
Encantado com caleidoscópios minerais.
Eu não quero trabalhar, eu não quero família, eu não quero ser.
Não quero queimar os dedos, quando poderei precisar deles mais tarde.
Adiando, adiando, adiando a difícil decisão de ser.
O mundo ocidental tornou-se árido.
As mulheres podem conduzir, mas morrem demasiados na estrada, outros ficam parados, a gasolina está cara.
O passado é doloroso, as páginas escritas queimam-me as mãos e os pés. Memórias felizes que encerram a inocência e a crença de nunca crescer ou morrer.
Seixos na água, sinusóides irreparáveis,
Mas não sei o que quero, quanto mais calcular trajectórias.
As folhas amarelecem no teu quintal,
Nunca mais varreste o chão.
E chove no Algarve, o Verão de há três anos atrás.
Em Maio o passado regressa,
Em formas pueris.
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