2.11.09

Acho que só vou voltar a escrever quando souber escrever. Por isso, vou escrevinhar...Escrevinhar muito e sem tanta responsabilidade. Esvair-me até voltar a surgir por geração espontânea. Estou farto de diários. De rotinas emocionais. Já que a monotonia provoca roturas, vou activamente provocá-las, distender e rasgar músculos, sangue a jorrar. Se é tudo tão lábil, vou ser lábil, deixar as dissonâncias de lado. Agarrar as pedrinhas do chão e desgrudar a terra, por entre os dedos, manchando-os de morte vegetal, de poeiras sociais. As pérolas imaginadas dissolvem-se na rotina. Vou deixar o chão, deixar de imaginar e sentir o embate cruel e orgásmico da estrada de asfalto, negra. A emoção fervilha de modo onírico, ainda é só uma abstracção. Por isso, ainda nada é palpável. Por vezes, o melhor é esquecer tudo isto, ou alterar as expectativas. Apenas dormir sobre uma toalha de praia, olhar o céu, sentir as nuvens, sentir o som das ondas a penetrar-nos de realidade. A realidade é o que falta, sempre abstraídos em agnosias civilizacionais.

1 comentário:

Daniel C.da Silva disse...

Este texto merece uma reflexão que neste momento nao conasigo fazer.

Mas gostaria que deixasses no post abaixo a tua presença, para um jantar informal onde as tuas ideias para o mesmo serão bem vindas. Vá lá. Vai ser bonito e podes levar quem quiseres (ou não).

Obrigado. abração

http://sairdaspalavras.blogspot.com/2009/11/jantar-de-bloguistas.html