5.9.10

Talvez o contexto seja dominante. Vou comer uvas. Refrescar de olhos secos, de choques repetidos, movimentos brownianos. Ciclos que acumulam humidade, que se tornam fúngicos, que resguardam a falsa constância da memória. Orgânicas promessas que se tornam regatos fúteis. O difuso difundiu-se. Torno-me estocástico, torno-me em vento numa tarde de verão em Lisboa. As folhas arrastam-se na humidade vazia do verão. A terra cheia de bichos contorce-se. Eles comem tudo. Sim, vou comer uvas, tenho fome. Uma avidez que me desperta, associada a cólicas emocionais. Quando os vectores se tornarem pessoa, o tempo perder-se-á. Por enquanto, a humanidade enferruja em pendularidades. A experiência matou-me um quarto de homem. Nasceu um quarto mundo.

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