A memória entranha-se no valor para nunca mais sair. E tentas com picaretas, piruetas e fórmulas matemáticas. Mas nunca consegues, porque no fundo queres preservar as formas de algo que já foi possível, que poderia ser possível.
Na maior parte dos casos mudam-se as formas. A sobreposição anula. Papel celofane de diferentes cores.
Noutros casos, forçam-se memórias; altera-se o passado pelo presente.
Eventualmente, tudo é dissolução.
E apenas perdura a passagem. Por isso, o homem esquece o particular e envolve-se no vento, no sol e na chuva. Nas sagradas escrituras e nos doidos de Lisboa. E isso basta-lhe, porque, de facto, a violência do amor é insuficiente.
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